Marcos Alves |
terça-feira, setembro 06, 2011 |
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Os resultados da Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização), exame que verifica a qualidade da alfabetização das crianças que concluíram o 3º ano, revelam que 6,7% dos alunos piauienses de escolas públicas e privadas tiveram a aprendizagem adequada em Matemática.
A Prova ABC traçou um perfil inédito da qualidade da alfabetização, em português e matemática, de estudantes de escolas públicas e particulares das capitais brasileiras. Os resultados de matemática foram os mais baixos e mais alarmantes. A média brasileira de desempenho foi de 11%, enquanto a do Nordeste foi de 6,8%. Ao lado do Piauí pelo menos mais 13 estados não atingiram a meta nacional.
A avaliação foi feita a partir de uma parceria do Todos Pela Educação com o Instituto Paulo Montenegro/Ibope, a Fundação Cesgranrio e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As provas foram aplicadas no primeiro semestre de 2011 a cerca de 6 mil alunos de escolas municipais, estaduais e particulares em todo o país.
De acordo com a avaliação, o mínimo esperado nesta fase é que as crianças efetuem operações de adição e subtração de números com um ou dois algarismos, resolvam problemas com notas de dinheiro, moedas e unidades de um litro e meio litro, identifiquem os lados de um polígono, completem sequências numéricas de múltiplos de 3 e leiam as horas em um relógio digital, relacionando 20 horas com 8 horas da noite, entre outras tarefas.
Conceição Paratelli, professora formadora do Instituto de Qualidade no Ensino (IQE), aponta que o baixo desempenho dos estudantes piauienses pode ser atribuído à falta de formação específica de Matemática e didático-pedagógica do educador responsável pela base pelo alicerce do aluno que segue seu curso sem compreensão e sem autonomia do próprio aprendizado.
"Nas séries iniciais do Ensino Fundamental se prioriza as questões de linguagem, muitas vezes, deixando de lado os conceitos matemáticos, fundamentais para o processo de ensino e de aprendizagem de todos os componentes curriculares", explica a educadora que atua no Piauí com formação de professores. E completa: "Se o professor, nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, não constrói uma base sólida dos conceitos matemáticos, fugindo de modelos e memorizações sem significado, teremos um resultado inadequado no Ensino Médio".
O diferencial do conteúdo da Matemática deve ser, segundo a educadora, a forma de compreensão dos alunos. "A aprendizagem deve ser significativa para o aluno, ou seja, os conceitos compreendidos devem ser aplicados com autonomia em situações reais do seu dia a dia", defende Conceição Paratelli.
Porém, a professora formadora afirma que essa dificuldade dos estudantes na aprendizagem da Matemática não é somente do Piauí ou do Brasil. Países de 1º mundo como os Estados Unidos também têm buscado alternativas para solução desse baixo desempenho. E ela aponta que o caminho é um só: "É preciso investir na formação do professor tanto em conceitos matemáticos como em metodologia de ensino. Não somente em teorias, mas em prática de sala de aula", destaca Paratelli.
No Piauí, o IQE, organização não governamental atua em diversos municípios com projetos e ações voltadas para a qualificação do professor com foco na melhoria da qualidade do processo ensino aprendizagem do ensino fundamental.
Com informações do Jornal O Dia
Edição: Proparnaíba
Fonte: Proparnaíba/ O DIA
Category:
educação,
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