Piauí perdeu o seguro safra por falta de influência política
Imagem: arquivo Google
Mais de 30 mil pessoas em 39 cidades do semi-árido piauiense não vão receber o benefício do Seguro Safra fornecido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). De acordo com o secretário de Política Agrária da Fetag-PI (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Piauí), Paulo Carvalho, falta força política do governo e da bancada piauiense para conseguir o benefício, pago a agricultores que perderam a safra.
Segundo ele, é estranho que cidades do Pernambuco, que ficam na mesma área de zoneamento agrícola que os municípios do Piauí, tenham recebido o benefício. "O que vemos é a falta de força política para brigar pelo Estado. Nas cidades do Pernambuco que fazem fronteira com o Piauí os agricultores receberam o benefício", afirmou Paulo Carvalho. Ele citou o exemplo dos municípios pernambucanos de Araripina e Afrânio, onde os agricultores receberam o benefício.
O prefeito de Paulistana, Luís Coelho (PMDB), disse que vai levar o problema ao conhecimento dos senadores e deputados do Estado e solicitar que o Ministério do Desenvolvimento Agrário pague o Seguro Safra dos produtores. Centenas de agricultores devem ficar sem o benefício de R$ 640 que cobrem os prejuízos com a colheita. Segundo Luís Coelho a avaliação feita por órgãos como o Inmetro (Instituto Nacional de Metrolo-gia) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é deficiente, e os dados não correspondem a realidade climática dessas regiões, porque as chuvas não são regulares em todas as cidades do Piauí.
Segundo o prefeito, o Emater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural), que faz um acompanhamento diário da produção agrícola dessas famílias, é capaz de apontar com exatidão os números das perdas nas plantações do semi-árido piauiense e com os dados corretos para garantir o Seguro Safra desses agricultores. Para Paulo Carvalho, apesar de ser possível pedir a revisão dos dados, é muito difícil que os agricultores consigam receber o benefício. "É possível pedir a revisão dos dados, mas acho muito difícil que os municípios recebam o benefício", afirma o secretário da Fetag.
Ele explica que parte dos municípios também mandou os documentos com atraso. Cerca de 50% da produção de milho e feijão de 39 cidades piauienses foi perdida. Os produtos garantem o sustento de famílias e possibilitam pequenas vendas. "Os prefeitos das cidades que podem perder o benefício estão juntos em um movimento que pretende sensibilizar o Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Senadores e deputados do Piauí também devem apoiar o movimento que solicita que o Ministério volte atrás e pague o benefício para as famílias", finaliza Luís Coelho.
Fonte: Diário do Povo
0 comentários