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Diante da proposta de 6,1%, Bancários entrarão em greve dia 19

Arlete Nascimento | sexta-feira, setembro 06, 2013 | 0 comentários




Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na mesa de negociação

Nada de aumento real de salário. Nada sobre emprego. Nada de avanços para a saúde dos trabalhadores. Nada de melhorar as condições de trabalho. Nada que aponte para o fim das metas abusivas e do assédio moral. Nada para melhorar a segurança bancária. E nada para promover a igualdade de oportunidades. 

A proposta apresentada nesta quinta-feira 5/Set pela Fenaban - Federação Nacional dos Bancos ao Comando Nacional dos Bancários, é de apenas reajuste de 6,1% (reposição da inflação prevista) sobre os salários, e demais verbas de caráter salarial. O que os bancários estão reivindicando é 11,93%, Reposição da inflação + 5% de aumento Real e outras bandeiras de melhorias trabalhistas e de atendimento ao cliente.

Indagados pelos representantes dos bancários se essa era a última proposta, os negociadores da Fenaban responderam que "é a proposta final, pra fechar acordo", e que não há mais como avançar porque a categoria bancária já tem a melhor Convenção Coletiva do país.

O Comando Nacional rejeitou a proposta já na mesa de negociação e aprovou um calendário de luta que aponta para a realização de assembleias na próxima quinta-feira, dia 12, em todo país para aprovar greve a partir do dia 19, se até lá os bancos não apresentarem uma nova proposta que contemple as expectativas da categoria.

"A proposta dos bancos é uma provocação, um total desrespeito aos bancários, partindo de um segmento que continua batendo recordes de lucro e de rentabilidade", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "A proposta não tem aumento real, nem valorização do piso e nenhuma resposta para nossas reivindicações sobre emprego, saúde e condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades. Isso é inadmissível."

"Só uma forte mobilização da categoria em todo o país fará os bancos melhorarem a proposta", acrescenta Carlos Cordeiro.

Segundo o doutor em economia e professor da Unicamp André Biancarelli, o sistema financeiro no Brasil é um dos mais lucrativos, rentáveis e sólidos do mundo.

O lucro do Banco do Brasil nos seis primeiros meses de 2013 foi recorde e considerado o maior da história entre todos os bancos brasileiros em um primeiro semestre. No período, a instituição financeira somou ganhos de mais de 10 bilhões de reais.
De acordo com levantamento da Economatica, o Itaú Unibanco, no mesmo período, registrou ganhos de 7,2 bilhões de reais e garantiu a segunda posição entre os maiores lucros da história dos bancos brasileiros.
Veja, a seguir, os dez maiores lucros dos bancos brasileiros no primeiro semestre.

Lucro Ano 2013 apenas 1° Semestre

Banco
Período
Lucro
Banco do Brasil
1º Semestre
R$ 10,03 bilhões
Itaú Unibanco
1º Semestre
R$ 7,055 bilhões
Bradesco
1º Semestre
R$ 5,868 bilhões
BNDES
1º Semestre
R$ 3,261 bilhões
Caixa
1º Semestre
R$ 3,1 bilhões
Santander
1º Semestre
R$ 2,929 bilhões
Itaúsa
1º Semestre
R$ 2,562 bilhões
BTG Pactual
1º Semestre
R$ 1,262 bilhões
Safra
1º Semestre
R$ 598 milhões
HSBC
1º Semestre
R$ 454,6 milhões
Banrisul
1º Semestre
R$ 419,7 milhões
BicBanco
1º Semestre
R$ 54 milhões
Banco Pan (Panamericano)
1º Semestre
R$ 51,8 milhões




As reivindicações dos bancários

> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real mais inflação projetada de 6,6%)

> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese). Hoje é de R$ 966,74 portaria e R$ 1.385,55 escriturário e caixa.

> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

Edição Parnaiba e Litoral
Com dados de: Contraf-Cut/Federação dos Bancários do PR/Sindicato dos Bancarios SP

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