Diante da proposta de 6,1%, Bancários entrarão em greve dia 19
Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na mesa de negociação
Nada de aumento real de salário. Nada sobre emprego. Nada de avanços para a
saúde dos trabalhadores. Nada de melhorar as condições de trabalho. Nada
que aponte para o fim das metas abusivas e do assédio moral. Nada para
melhorar a segurança bancária. E nada para promover a igualdade de
oportunidades.
A proposta apresentada nesta quinta-feira 5/Set pela Fenaban - Federação Nacional dos Bancos
ao Comando Nacional dos Bancários, é de
apenas reajuste de 6,1% (reposição da inflação prevista) sobre os
salários, e demais verbas de caráter salarial. O que os bancários estão reivindicando é 11,93%, Reposição da inflação + 5% de aumento Real e outras bandeiras de melhorias trabalhistas e de atendimento ao cliente.
Indagados pelos representantes dos bancários se essa era a última
proposta, os negociadores da Fenaban responderam que "é a proposta
final, pra fechar acordo", e que não há mais como avançar porque a
categoria bancária já tem a melhor Convenção Coletiva do país.
O Comando Nacional rejeitou a proposta já na mesa de negociação e
aprovou um calendário de luta que aponta para a realização de
assembleias na próxima quinta-feira, dia 12, em todo país para aprovar
greve a partir do dia 19, se até lá os bancos não apresentarem uma nova
proposta que contemple as expectativas da categoria.
"A proposta dos bancos é uma provocação, um total desrespeito aos
bancários, partindo de um segmento que continua batendo recordes de
lucro e de rentabilidade", critica Carlos Cordeiro, presidente da
Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "A proposta não tem
aumento real, nem valorização do piso e nenhuma resposta para nossas
reivindicações sobre emprego, saúde e condições de trabalho, segurança e
igualdade de oportunidades. Isso é inadmissível."
"Só uma forte mobilização da categoria em todo o país fará os bancos melhorarem a proposta", acrescenta Carlos Cordeiro.
Segundo o doutor em economia e professor da
Unicamp André Biancarelli, o sistema financeiro no Brasil é um dos mais lucrativos, rentáveis e
sólidos do mundo.
O lucro do Banco do Brasil
nos seis primeiros meses de 2013 foi recorde e considerado o maior da
história entre todos os bancos brasileiros em um primeiro semestre. No
período, a instituição financeira somou ganhos de mais de 10 bilhões de
reais.
De acordo com levantamento da Economatica, o Itaú Unibanco,
no mesmo período, registrou ganhos de 7,2 bilhões de reais e garantiu a
segunda posição entre os maiores lucros da história dos bancos
brasileiros.Veja, a seguir, os dez maiores lucros dos bancos brasileiros no primeiro semestre.
Lucro
Ano 2013 apenas 1° Semestre
Banco
|
Período
|
Lucro
|
Banco
do Brasil
|
1º
Semestre
|
R$
10,03 bilhões
|
Itaú
Unibanco
|
1º
Semestre
|
R$
7,055 bilhões
|
Bradesco
|
1º
Semestre
|
R$
5,868 bilhões
|
BNDES
|
1º
Semestre
|
R$
3,261 bilhões
|
Caixa
|
1º
Semestre
|
R$
3,1 bilhões
|
Santander
|
1º
Semestre
|
R$
2,929 bilhões
|
Itaúsa
|
1º
Semestre
|
R$
2,562 bilhões
|
BTG
Pactual
|
1º
Semestre
|
R$
1,262 bilhões
|
Safra
|
1º
Semestre
|
R$
598 milhões
|
HSBC
|
1º
Semestre
|
R$
454,6 milhões
|
Banrisul
|
1º
Semestre
|
R$
419,7 milhões
|
BicBanco
|
1º
Semestre
|
R$
54 milhões
|
Banco
Pan (Panamericano)
|
1º
Semestre
|
R$
51,8 milhões
|
As reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real mais inflação projetada de 6,6%)
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese). Hoje é de R$ 966,74 portaria e R$ 1.385,55 escriturário e caixa.
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da
inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330
que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção
158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
Edição Parnaiba e Litoral
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