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quarta-feira, janeiro 27, 2016 |
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As autoridades de saúde brasileiras, com apoio da OPAS/OMS, investigam atualmente o efeito que o vírus Zika poderia ter sobre os fetosArquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil |
No fim do ano passado, o Ministério da Saúde estabeleceu a
relação entre o aumento da microcefalia no Nordeste do país e a infecção
pelo vírus Zika. Essa associação levou a Organização Pan-Americana da
Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) a emitir um alerta
epidemiológico, atualizando as recomendações sobre a vigilância do
vírus.
Neste momento, as autoridades de saúde
brasileiras, com apoio da OPAS/OMS, estão investigando o efeito que o
Zika poderia ter sobre os fetos. Confira abaixo respostas às principais dúvidas sobre o vísrus Zika e microcefalia elaboradas pela OPAS/OMS:
1. Como o vírus Zika afeta mulheres grávidas e fetos?
As
grávidas têm o mesmo risco que o resto da população de serem infectadas
com o vírus Zika, que é transmitido pela picada de um mosquito
contaminado. Muitas delas podem não saber que têm o vírus, por não
terem apresentado sintomas. Apenas uma em cada quatro pessoas apresentam
sintomas de infecção por zika e, entre as que são afetadas, a doença é
geralmente leve.
Os sintomas mais comuns são febre e exantema
(erupção cutânea ou urticária), muitas vezes acompanhados por
conjuntivite, dores musculares ou nas articulações, com um mal-estar que
começa entre dois e sete dias após a picada de um mosquito infectado.
Atualmente,
está sendo investigado qual o efeito que esse vírus poderia ter sobre
os fetos. No dia 28 de novembro de 2015, o Ministério da Saúde do Brasil
estabeleceu a relação entre o aumento de microcefalia no Nordeste do
país e a infecção por zika. Segundo a análise preliminar de investigação
por parte das autoridades brasileiras, provavelmente o maior risco de
aparição de microcefalia e malformações está associado à infecção no
primeiro trimestre da gravidez. As autoridades de saúde, com apoio da
OPAS e outras agências, estão realizando várias investigações que buscam
esclarecer a causa, os fatores de risco e as consequências da
microcefalia.
2. Existe tratamento para o Zika?
Não
há vacina ou tratamento específico para a infecção por Zika. Por isso, o
tratamento consiste em aliviar os sintomas, inclusive para as grávidas,
que devem seguir as recomendações de seu médico. A OPAS/OMS recomenda
às gestantes que façam as consultas pré-natais para receberem informação
e serem acompanhadas.
3. O que se recomenda às gestantes que estão em áreas onde circula o Zika?
Todas
as pessoas, incluindo grávidas e mulheres em idade reprodutiva, devem
evitar a exposição a picadas de mosquito, por exemplo, usando roupas que
cubram a pele (mangas compridas) e mosquiteiros tratados com
inseticida, além dos repelentes indicados pelas autoridades de saúde
(que devem ser utilizados, conforme as orientações do rótulo). Em cada
residência e seus arredores, é muito importante buscar possíveis fontes
de criadouros do mosquito e eliminá-los.
4. Gestantes podem viajar para uma área com circulação de Zika?
Antes
de viajar, a grávida deve consultar o seu médico para aconselhamento
sobre qual ação tomar. O principal é evitar picadas de mosquito para
prevenir a infecção por Zika, dengue ou chikungunya. Nesse sentido, as
gestantes e mulheres em idade reprodutiva devem seguir as mesmas
recomendações para todos os viajantes:
- cobrir a pele exposta com mangas compridas, calças e chapéus;
- usar repelentes recomendados pelas autoridades de saúde e seguir as instruções de uso descritas no rótulo;
- ao dormir, tentar se proteger com mosquiteiros;
- buscar possíveis focos de criadouros do mosquito e eliminá-los.
As gestantes que viajarem para áreas onde circula o Zika devem mencionar isso durante suas consultas pré-natais.
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Todas as pessoas, incluindo grávidas e mulheres em idade reprodutiva, devem evitar a exposição a picadas de mosquitoArquivo/Agência Brasil |
5. O que se recomenda para mulheres em idade reprodutiva em relação a gravidezes futuras nas áreas onde circula o vírus?
A
OPAS/OMS recomenda que tomem as medidas preventivas necessárias para
evitar picadas de mosquitos, os quais podem transmitir, além de Zika,
outras doenças como dengue e chikungunya.
6. Pode ser transmitido de mãe para filho?
As
informações sobre a transmissão de mãe para filho durante a gravidez ou
no momento do nascimento são muito limitadas. A transmissão perinatal
tem sido relatada com vírus transmitidos por vetores, como dengue e
chikungunya. No momento, estão em curso estudos sobre a possível
transmissão do vírus da mãe para o bebê e seus possíveis efeitos sobre a
criança. Os serviços de saúde devem acompanhar as gestantes em geral e,
particularmente, aquelas com sintomas de infecção por Zika.
7. O Zika pode causar defeitos congênitos, como microcefalia?
Em
alguns estados do Brasil onde o Zika circulou alguns meses atrás foi
notificado um aumento de casos de recém-nascidos com microcefalia muito
superior ao registrado em anos anteriores. De acordo com a análise
preliminar da investigação realizada pelas autoridades brasileiras,
provavelmente o risco de aparição de microcefalia e malformações estaria
associado com a infecção no primeiro trimestre da gravidez. As
autoridades de saúde, com apoio da OPAS e outras agências, estão
realizando várias investigações que buscam esclarecer a causa, os
fatores de risco e as consequências da microcefalia.
A OPAS/OMS
orienta que os países continuem a promover o acesso das mulheres
grávidas ao pré-natal. Também se recomenda que gestantes e mulheres em
idade fértil evitem a exposição a picadas de mosquito.
8. O que é microcefalia congênita?
Microcefalia
é uma condição rara, cujas causas podem ser genéticas ou ambientais
(relacionadas à toxicidade, radiação ou infecção). É definida como uma
condição ao nascer em que a circunferência craniana ou perímetro
cefálico é menor do que o esperado para a idade no momento do nascimento
e o sexo.
A microcefalia congênita pode se apresentar como uma
condição isolada ou associada a outras condições de gravidade variável,
que pode causar desde convulsões, dificuldade de alimentação e efeitos
sobre o desenvolvimento da criança, até risco de morte.
É muito
difícil saber as consequências da microcefalia no momento do nascimento,
o que exige um acompanhamento e avaliação de recém-nascidos, com
acompanhamento e avaliações subsequentes. Não há tratamento específico
para a microcefalia. O cuidado deve focar em vigilância, promoção e
maximização das capacidades das crianças.
9. Como se confirma que um bebê tem microcefalia?
A
medida mais confiável para avaliar se um bebê tem microcefalia é medir a
circunferência da cabeça no momento do nascimento e, novamente, 24
horas após o nascimento. Se o diagnóstico de microcefalia for feito, uma
equipe multidisciplinar de saúde deve iniciar um processo de
acompanhamento e monitoramento da criança.
As mulheres grávidas
devem comparecer regularmente ao acompanhamento pré-natal e o
profissional de saúde recomendará os exames necessários em cada fase da
gestação.
10. O que tem sido feito para determinar a relação entre estas doenças e o Zika?
A
OPAS está apoiando o Ministério da Saúde no monitoramento e resposta ao
surto de microcefalia. Existem várias investigações em curso
encomendadas pelo ministério, que buscam esclarecer as causas, fatores
de risco e consequências da microcefalia. Estão sendo estudados todos os
cenários, incluindo aqueles relacionados a substâncias tóxicas,
medicamentos, fatores genéticos e outros agentes infecciosos. Até o
momento, o mais plausível é a associação com o Zika, entre outros
fatores, pela associação no tempo e no espaço dos surtos de Zika e
microcefalia.
A OPAS também está comunicando oportunamente a
todos os países da região, assim como promovendo as mensagens de
prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores, com ênfase em
medidas de proteção pessoal a serem tomadas pelas gestantes.
PARNAIBA E LITORAL / ABR
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