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quarta-feira, maio 11, 2016 |
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Temer com Renan e os eventuais ministros Jucá e Geddel (Foto: Jorge William / Agência O Globo) |
BRASÍLIA — O vice-presidente Michel
Temer chega ao dia do provável afastamento da presidente Dilma Rousseff
do cargo com seu Ministério praticamente pronto, sem notáveis, como
pretendia, e exclusivamente integrado por políticos dos partidos que
formarão sua base. Depois que decidiu cortar dez dos atuais 32
ministérios, o peemedebista avançou, na terça-feira, nas negociações com
os partidos aliados, que aceitaram reduzir a pressão por indicações no
primeiro escalão.
Entre as soluções encontradas por Temer
para acomodar os partidos que comporão sua base está, por exemplo, a
indicação do deputado Roberto Freire (PPS) para a Secretaria de Cultura,
que ficará dentro do Ministério da Educação, pasta que será comandada
pelo deputado Mendonça Filho (DEM). O mesmo ocorrerá com a Secretaria de
Desenvolvimento Agrário, que deixa de ser ministério e ficará com o
Solidariedade, sob o guarda-chuva do Ministério do Desenvolvimento
Social. A pasta foi prometida ao deputado Osmar Terra (PMDB-RS).
Secretarias perdem status de Ministério
As secretarias de Portos e Aviação Civil
perderão o status de ministério e serão parte do Ministério dos
Transportes, que será comandado pelo deputado Maurício Quintella Lessa
(PR). Mas Temer as utilizará para acomodar aliados. A secretaria de
Portos ficará com o peemedebista Helder Barbalho, e a Aviação Civil, com
Dario Rais Lopes, considerado um técnico aliado de Kassab, mas indicado
pelo PR.
Ciência e
Tecnologia, que deixará de ser ministério e ficará dentro do Ministério
das Comunicações, ficará com o PSD. Antes, foi oferecida ao PRB, mas
Temer recuou. Quanto ao PRB, há impasse. Nenhuma oferta do peemedebista
agradou ao partido. Segundo deputados da legenda, Temer ofereceu o
Ministério do Esporte, mas o partido ligado à Igreja Universal não quer
retornar à pasta. Também avalia como insuficiente ocupar uma secretaria
sem status de ministério.
O PSC deve ficar
com o INSS, mas o partido deseja mais espaço na gestão Temer. Com a ida
do Solidariedade para a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, o PTB
deve ficar com o Ministério do Trabalho. O nome ainda está sendo
discutido.
Das 22 pastas que
serão mantidas em seu eventual governo, 14 já têm nomes definidos. Há
dúvidas, ainda, quanto aos ministérios da Defesa, Indústria e Comércio,
Esporte, Integração Nacional, Turismo e Minas e Energia.
Quem são os nomes confirmados para o Ministério de Temer
Henrique Meirelles
Um dos primeiros nomes definidos,
Meirelles será o Ministro da Fazenda e Previdência e já vem se reunindo
com sua equipe para definir a reforma da Previdência.
Romero Jucá
Presidente do PMDB, o senador é o nome
para o Ministério do Planejamento. Também da tropa de choque de Temer,
Jucá, que está na lista de Janot, é hábil articulador político e foi
líder dos governos FH, Lula e Dilma.
Eliseu Padilha
Fiel aliado de Temer, Eliseu Padilha
assumirá a Casa Civil. Ele passou pelos ministérios de Dilma, onde
comandou a Aviação Civil, e de Fernando Henrique, nos Transportes.
Geddel Vieira Lima
Ex-ministro de Lula e ex-líder do PMDB
na Câmara assumirá a Secretaria de Governo e será o responsável pela
articulação política pelo trânsito que tem no Congresso
Osmar Terra
Osmar Terra assumirá o Ministério
Social. Sua pasta entrou na cota da bancada do PMDB na Câmara e ficará
responsável pelo Bolsa Família, programa que deve sofrer alterações.
Maurício Lessa
Deputado de terceiro mandato, Maurício
Lessa será ministro dos Transportes. Ele abandonou a liderança do PR, às
vésperas da votação do impeachment, para apoiar a saída da presidente
Dilma.
José Serra
José Serrá será Ministro das Relações
Exteriores. Ex-ministro do Planejamento e da Saúde de FH, o senador
sonha em chegar ao Planalto, para o qual já se candidatou duas vezes.
Bruno Araújo
Aliado de Aécio Neves, o deputado será
Ministro das Cidades. Bruno Araújo já foi líder do PSDB na Câmara e
tornou-se emblemático por ter dado o voto de número 342 a favor do
impeachment, que definiu a abertura do processo.
Blairo Maggi
Chamado de “rei da soja”, o senador será
ministro da Agricultura. Ele é um dos maiores agropecuaristas do Brasil
e já foi agraciado com o troféu “motosserra de ouro”. Está no PR, mas
se filiará ao PP para assumir o ministério.
Ricardo Barros
Ricardo Barros será o ministro da Saúde.
Relator do Orçamento 2016, defendeu corte de R$ 10 bilhões no Bolsa
Família. Conseguiu viabilizar seu nome no último fim de semana junto à
classe médica em São Paulo.
Alexandre de Moraes
O ministro da Justiça será Alexandre de
Moraes. Advogado, ele é secretário de Segurança Pública de São Paulo, na
gestão Geraldo Alckmin. É filiado ao PSDB, amigo de Michel Temer e já
teve em sua carteira de clientes Eduardo Cunha.
Gilberto Kassab
Ex-ministro das Cidades no governo
Dilma, Kassab migrou para o apoio a Temer na véspera do impeachment e
voltará ao comando da pasta. Seu partido, o PSD, foi um dos que mais
deram voto pelo afastamento da presidente.
Sarney Filho
Filho do ex-presidente José Sarney, o
deputado assumirá o Ministério do Meio Ambiente. Ele é líder do Partido
Verde na Câmara e militante da causa ambiental. Ele volta à pasta que
ocupou no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Mendonça Filho
Ex-governador de Pernambuco, o deputado
federal chega ao Ministério da Educação e Cultura como representante do
DEM. Durante os governos do PT era um dos mais aguerridos oposicionistas
na Câmara.
Fonte: O Globo
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Nacional,
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